domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sete em cada dez ortopedistas tiveram pedido negado por operadora de saúde

Sete em cada dez ortopedistas do País já tiveram algum tipo de atendimento solicitado para o paciente negado pelo plano de saúde. As cirurgias encabeçam a lista, com 55%.
A pesquisa, feita pelo Ibope para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), evidencia a interferência das operadoras no trabalho médico e corrobora os dados de associações de defesa do consumidor.
Também aparecem na lista de itens recusados pelas operadoras procedimentos ambulatoriais ou exames (37%), material cirúrgico (25%), próteses (12%) e implantes (9%). A pesquisa ouviu 400 profissionais.
"Há uma pressão velada. O médico é instruído a não pedir tantos exames ou pode ser punido com redução do preço da consulta, por exemplo. O paciente nem fica sabendo que poderia ter acesso a um atendimento mais completo. A relação com as operadoras é uma das coisas mais limitantes do exercício da medicina", afirmou Claudio Santili, presidente da Sbot.
Entre os 275 médicos que tiveram recusas no atendimento e informaram quantas vezes isso ocorreu no período de um ano, 35% tiveram até 6 negativas e 24%, entre 7 e 12 vezes.
O professor de educação física Edgard Alberto de Oliveira, de 28 anos, sofreu com sucessivas negativas de seu plano de saúde. Após romper os ligamentos do joelho durante um jogo de futebol, seu médico confirmou o diagnóstico com exames de ressonância magnética e solicitou à operadora autorização para uma cirurgia corretiva - sem ela, Oliveira não poderia voltar ao trabalho. Depois de tentar durante dois meses agendar a operação e não obter a autorização da operadora, Oliveira recorreu à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que advertiu a empresa. Após dois dias, foi operado.
Na pesquisa, as operadoras alegaram principalmente falta de vagas (65%), de cobertura do plano para o atendimento (53%), carência (18%) e alto custo do procedimento (18%).
Reclamação. A maior queixa dos médicos é que a recusa foi feita por um funcionário não médico em 27% dos casos e o auditor médico não se identificou em 41% das negativas. "O que pleiteamos é que a negativa venha acompanhada de justificativa e do CRM do médico que avaliou o caso. As negativas atrasam os procedimentos e desgastam a relação com o paciente, que fica desconfiado", afirma Santili.
Os médicos ouvidos afirmam que, quando intervieram pessoalmente junto às operadoras, conseguiram reverter a situação a favor do paciente em 22% dos casos. A maioria (65%) só conseguiu que o plano arcasse com algumas das solicitações. A negativa foi mantida em 10% dos casos.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, reconhece que os auditores tomam "cuidado muito grande" com pedidos que elevam os custos. "Acontece de o médico exigir determinada prótese, por exemplo, porque seria o melhor para a saúde do paciente, mas muitas vezes os interesses não são bem esses. O conselho de medicina quer regular presentes e vantagens oferecidos pelas empresas aos médicos", disse Almeida. / COLABOROU KARINA TOLEDO
 
Considero essa matéria de extrema importância e quero aqui tecer os devidos parabéns a Jornalista e ao Jornal Estadão. Sou Presidente da Ong Portal Saúde há 5 anos e um dos maiores problemas que enfrentamos é a batalha pelos pacientes junto aos Planos de Saúde para obterem a realização de suas cirurgias e tratamentos ortopédicos. É importante que os pacientes saibam dos seus direitos e acima de tudo que a Justiça na Área da Saúde é completamente diferente do que temos em nossas mentes. Quando se trata de saúde, os procedimentos são imediatos e por diversas vezes, o custo para essas ações pode ser NENHUM. O importante é que o paciente esteja amparado judicialmente por profissionais especialistas nessa área. Hoje temos as Defensorias Públicas, Juizados Especiais Cíveis, ONGs, Núcleos Jurídicos de Universidades de Direito e Advogados.
Caso queira esclarecer suas dúvidas procure nossa Ong – www.portalsaude.org ou e-mail: contato@portalsaude.org ou pelo telefone: (11) 6085.1311
Clarissa Thomé / RIO - O Estado de S.Paulo

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